mas não,
nunca tinha sido aquele frio,
aqueles 17 graus na praia
e a noite sem medo das ruas,
não tinha ruas.
fecha os olhos,
viola uma virgem pálida,
esquece o relógio na parede da sala,
muda,
muda,
que não há responsabilidade além
de si para si.
mas não,
nunca se falou aqui em segunda pessoa,
só tem uma,
uma.
e agora estás aí:
sem ar no nariz,
sem força e sem unhas,
sem conseguires te lembrar
de vidas de vidas
e de responsabilidades.
são únicas.
mas não,
nada de fato inédito,
tudo repetido,
as mesmas mesmas mesmas
lágrimas
desde 1986.
desde os três anos de idade.
seduz uma puta já entregue,
entrega a encomenda recém-chegada,
estraga tua vida,
que não presta,
ai!
não presta.
mas não,
é como se o algo novo,
aquele semi-desconhecido algo novo,
nunca despertasse
nunca saísse ligeiro do fundo
da praia
para respirar à borda e sentir sol.
e se passam tardes
e tardes
sem qualquer vento que agrade,
sem qualquer discurso que sofra
e as naus todas de costas
todas ainda
todas.
mas não.
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
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5 comentários:
lindo, ana, lindo!
e todo o resto q se possa dizer é banal; apenas lindo!
me adiciona msn, anilda :/
qual é o seu msn, fia?!
ai vc num me ama, mesmo!
sarasantedicola@hotmail.com
e anda logo!
Esse é o que me fez morrer de frio num dia abafado de Dezembro. Reza a lenda que a Ana pode tudo.
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