quarta-feira, 22 de novembro de 2006

não prometo nada além
do descompromisso das terças-feiras
da noite quente em pleno novembro
das manias torpes, do súbito encantamento

e lá se foi o tempo
o tempo em que
durante tanto tempo
cria-se em deus
bajulava-se o amor
cuidava-se de outras vidas
como quem espia de dois em dois minutos
a torta assando no forno

não falo em dores,
que é injusto
e pouco espanta os olhos
que procuram ler

não regurgito as finas filosofias
a respeito de melancolia arte libido
em paris e em confeitarias de 1928
(se é que havia melancolia
em 1928)

respeito os espaços
não sou fotógrafo desenhista músico masoquista
para arregalar os olhos
mas arregalo as cores
sem sequer citar as dores
que essas dores
ai!

(não permita, deus, que eu morra,
sem que volte pra são paulo
sem que veja a rua augusta
e os bêbados envaidecidos
de são paulo.)

6 comentários:

Anônimo disse...

Lindo !

;)

Anônimo disse...

aninha,

está arrasando MESMO nos poemas. fico boba e muito orgulhosa.

e digo mais:

(não permita, deus, que eu morra,
sem que volte pra são paulo
sem que veja a rua augusta
e os bêbados envaidecidos
de são paulo.)

beijos, e saudades.

da irmãzinha bela.

Anônimo disse...

ta arrasando indeed, ana fodona!

salix disse...

Anica, minha fia, lembrei de uma coisa: vc num viu ainda o link pro teu blog no meu naum, ne? :~ pode num ter graça pra vc, mas eu sorrio toda vez q vejo :DDD

é claro q eu naum abro minha alma mais como vc, mas ainda sei juntar umas letrinhas com outrinhas de vez em qd.

sinto vc distante do mundo, mas beijo!

Anônimo disse...

acredito que sempre houve melancolia.
ana, você escreve lindamente. dá pra se apaixonar por você assim.
para com isso.
hahahae


e são paulo. ah, são paulo! creio que vou revisita-lo no sábado.

;)

Anônimo disse...

de quem é esse comentário anônimo? :)