sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

três goles d'água:
e o espaço saudável
das palavras
o terrível
espaço saudável das palavras
as noites todas
e espaços
livres espaços
de palavras
palavras

não havia minutos
ou deus;
não se sabia
de tudo
e a insistência da
vida
em existir vida
em inexistir escolha
nada havia
nada

nada havia senão
pontuações esquisitas
faltavam
dias
faltava vontade
e dias
e tudo se acabava
sublime
rápido

esperar-se-ia
cadência
esperar-se-ia
que os pobres olhos
compreendessem a cadência
a tristeza da cadência
de um poema esquecido
em paz
esquecido

tudo corria como nada.
vão-se rápido
as cinzas do cigarro.
nada posto.
nada inventado e
mais rápida ainda
a surpresa.

(tudo voa
tudo
se sublima
tudo
e nada ainda
e nada ainda
nada)

eis então
vãos pensamentos
sobre todas
as insistências
sobre o que é cretino
sobre o que não se sabe ainda
e toda a

toda promessa é vil
toda promessa é vil

4 comentários:

Anônimo disse...

Lindo demais. Cada vez melhores.

salix disse...

o q é cretino afinal não é vil tbm?

saudade de desliga esse pecado, mamãe. :*

Anônimo disse...

toda promessa é vil
toda promessa é vil
toda promessa é vil
toda promessa é vil
toda promessa é vil

ai ai ai.

que orgulho dessa tal de ana adão. sim, cada vez melhor.

beijos da irmãzinha.

b.

ps: toda promessa é vil.

mario elva disse...

Ana, vc sabe o que senti quando li a primeira vez esse poema. O abismo insondável, a escuridão inexprimível. O primeiro poema seu que li me fez sentir frio. Esse me deixou aterrorizado num mundo antisséptico. E a promessa que vc mesma quebra para ficar evidente como dóem essas promessas quebradas. É o meu favorito até agora.